5 práticas que prejudicam seu site, ao invés de ajudar

Pessoa frustrada diante de seu notebook

Todo desenvolvedor tem seu leque de técnicas para prender a atenção, provocar interesse e ação do usuário. O problema é saber quais vão efetivamente incrementar seu site, e quais vão na verdade mais atrapalhar do que qualquer outra coisa. Algumas das técnicas descritas a seguir até parecem atraentes, e são utilizadas por sites de grande porte, mas terminam por causar efeitos negativos para o visitante.

1 – Links que abrem novas abas

Você vai fazer um link externo, então para evitar que o visitante saia de seu site, você instrui o navegador a abrir aquele link em uma nova aba. É dentro do padrão W3C e simples de executar, parece uma boa ideia. Mas não é. É consenso na comunidade de desenvolvedores de que a decisão de abrir um link em nova aba tem que ser do visitante. Inclusive essa é uma norma importante de acessibilidade. Usando links que abrem novas abas é uma forma sutil de dizer ao visitante que você é quem sabe o que é melhor para a navegação dele, e ele percebe isso. E não concorda.

2 – Música, sons ou animação

Nada pior que procurar a aba que está tocando música, dentre tantas que deixamos abertas ao mesmo tempo. Ainda mais se estivermos em um ambiente que exige silêncio. O visitante vai procurar a aba do seu site e vai fechá-la de imediato. Aliás, procurar abas barulhentas é algo tão ruim que navegadores como Firefox e Chrome adicionaram ícones de som que aparecem ao lado do título do site para tornar mais fácil encontrá-las.

Não importa qual seja o tema de seu site, mesmo que seja imprescindível usar som nele (sites de rádios, etc), deixe que o visitante escolha acionar o som, se quiser. Animação também precisa ser usada com muito bom senso, ou pode ser tão irritante quanto som. Lembre-se, estamos em 2014, sites que pareciam fliperamas já eram ruins em 2004.

3 – AutoRefresh da página

Quantas vezes você estava lendo um artigo longo, ou assistindo um vídeo, ou escrevendo um comentário grande, e a página recarregou sozinha, te fazendo perder o texto do comentário, o carregamento do vídeo, ou movendo a página para o topo? Sua sensação foi de frustração, não foi? Depois da terceira vez, fica difícil ter vontade de colaborar, ou mesmo retornar ao site.

Não dá pra entender o motivo de alguns sites usarem autorefresh em suas páginas. A tese mais popular é de que é um modo de inflar acessos (hits). Se for mesmo isso, é altamente antiético, e o ideal seria não confiar, ou até mesmo evitar sites que empregam esse tipo de prática. Se for para tentar garantir que o visitante veja sempre os dados mais atualizados, o ideal é fazer isso de modo assíncrono, de preferência um aviso discreto mas visível, informando que o conteúdo da página foi atualizado enquanto a pessoa lia o artigo, convidando-a a dar o refresh.

4 – Paywalls

É difícil imaginar algo que seja tão intrusivo quanto “fechar” o conteúdo que a pessoa quer acessar para pedir um curtir na sua fanpage do Facebook, ou que faça um cadastro. Usando de paywall, você simplesmente está impedindo o visitante de fazer o que ele queria, que é acessar seu conteúdo. Muito provavelmente é a primeira vez que ele visita seu site, e é recebido por uma tela chata, e ainda por cima mendigando. Essa é a primeira impressão que você quer que ele tenha de seu site? Se seu conteúdo for bom, o visitante vai querer curtir a página, ele vai querer se cadastrar. Não precisa forçá-lo a fazer isso.

5- Páginas de entrada (intro pages, splash pages)

Hoje em dia quase não existem mais sites que oferecem aquelas páginas de apresentação, exibindo um “clique aqui para entrar no site”. Quase. Enquanto esse tipo de prática está caindo em desuso, existe uma espécie de “herdeiro” das intro pages ainda muito usado: a splash page.

Semelhante a um paywall, ela geralmente é usada quando se julga necessário chamar a atenção do visitante para uma mensagem, ou uma oportunidade, ou o lançamento de algum produto. É comum que a splash page não ofereça nenhuma opção de navegação além de prosseguir para finalmente visualizar o site, o que em matéria de SEO, é bastante prejudicial. Mecanismos de busca não gostam de intro/splash pages porque em geral essas páginas não têm muita informação além de uma imagem ou um vídeo. Além de serem pesadas para carregar e muitas vezes não irem de encontro ao que o potencial cliente está buscando naquele momento, novamente é um ato intrusivo que pode aborrecer desnecessariamente o visitante.

Todo o poder ao internauta

Notou algo semelhante nas situações acima? Todas elas de alguma forma acabaram atrapalhando ou tirando o controle da navegação do visitante. Essa é a razão principal pela qual não é uma boa ideia utilizar-se dessas técnicas. Antes de tudo, somos todos internautas, e também passamos por esses momentos. Temos que concordar que é no mínimo desagradável, e esse é o tipo de coisa vai minando nossa boa vontade para com o site que estamos visitando. Assim que aparecem outras alternativas, acabamos parando de visitar os que não são amigáveis em termos de usabilidade. Então, confie mais no seu visitante. Deixe-o livre para fazer o que quiser, quando quiser e como quiser. Volte a sua preocupação ao seu conteúdo. Você vai ser recompensado.